quarta-feira, 18 de maio de 2011

Perdoai-os, Senhor. Eles não sabem o que fazem.


Ao assistir esses últimos vídeos do Bolsonaro...e também o depoimento dos dois filhos dele sobre o assunto, além de um outro que achei na net falando de manifestações religiosas de um instituto na rua para pedir assinaturas contra projetos que beneficiam os gays...não posso deixar de pensar que realmente não adianta muito ficar batendo de frente com pessoas e/ou instituições que insistem nos mesmos argumentos repetitivos....Temos que focar em pessoas que realmente possam mudar algo de prático pra nós, como foi o caso dos ministros do STF, os governantes, como o Sérgio Cabral, etc.

No caso da turma que faz manifestações na rua...eles insistem dizendo que a Bíblia é clara, que o casamento é entre homem e mulher e tal (veja no penúltimo vídeo)....E aí novamente podemos indicar a essas pessoas as 5000 outras passagens da Bíblia que falam de escravidão, violência e desrespeito à mulher, etc, etc. Eles ouvem, fingem então que são loucos e voltam com os mesmíssimos argumentos contra os gays, como se não tivéssemos dito nada. Já testemunhei isso várias vezes.

Depois vem também esse Flávio Bolsonaro dizer que o pai dele não é homofóbico. É o que, então? Chocante o que esse deputado e esse vereador tem a dizer do patriarca....

Curioso como detratores dos gays em geral confudem educação com não-agressão, eles juram que não estão agredindo ninguém. (Veja no penúltimo vídeo). Já ouvi esse argumento muitas vezes, que os religiosos são educados e gentis em seus argumentos e que os gays são histéricos, desrespeitosos e violentos quando expõem os deles....

Ignoram completamente que é possível ser educadíssimo e extremamente virulento, é possível entre sorrisos e falando baixinho você acabar com uma pessoa.

Também ignoram a força que o que eles insistem em dizer tem sobre nós. Uma coisa é estarmos discutindo conceitos teóricos, e é dessa forma que eles vêem, a outra é quando ouvimos "razões" que falam à nos pessoalmente, que nos agridem no foro íntimo, que nos fragilizam internamente.

Tão religiosos que são, não percebem isso. O que Jesus diria?

É triste demais que pessoas que se dizem tão ligadas aos céus sejam capazes de tamanhas agressões em nome de Deus.

Nessa mesma semana, me chocou e entristeceu também ver pessoas aparentemente esclarecidas como o jornalista Guilherme Fiúza, conhecidíssimo autor de livros, inclusive de "Meu nome não é Jonny", escreverem no jornal falando agressivamente da lei de homofobia, comparando suas linhas gerais ao que militares de 64 fariam....Fiúza redigiu um artigo chamado "Ditadura cor-de-rosa", publicado no Jornal O Globo no último sábado....

Já Alfredo Sirkis, do PV, me solta a seguinte pérola, em matéria publicada no mesmo jornal, mas no domingo dia 15 de maio...

"Sirkis só concordou em votar (na enquete do Globo sobre o tema) a favor da criminalização da homofobia depois de fazer algumas ponderações:

- O discurso preconceituoso, piadas de mau gosto ou manifestações genéricas de cunho religioso não devem ser criminalizados - disse Sirkis."

Os vídeos que mencionei estão aqui abaixo, junto com um do Jabor falando do Bolsonaro há alguns dias atrás, o do tal instituto religioso explicando o que eles entendem que a lei de homofobia vai fazer...(Aliás, se vc verificar no minuto 3:45 do último vídeo verá q esse palestrante deve concordar com o tal livro novo do Ministério da Educação para as escolas ensinando a falar errado...já q solta um "nós e outros GRUPO pró-família....")













4 comentários:

Be My Guest disse...

O "tal do livro do MEC" NÃO ensina a falar errado! Por favor, se informe bem antes de manisfestar opiniões ou comentários sobre um assunto que vc desconhece ou que não se deu ao luxo de aprofundar. Textos (pró e contra) o livro, não faltam. Além disso, preconceito linguístico, muitas vezes, é mais cruel do que a homofobia. Tenha cuidado pra que um comentário bobo não manche todo um texto que a princípio seria excelente.
Sobre o Fiúza, esse sim é um histérico. A despeito da minha total imcompatibilidade ideológica com ele, basta ler qq um de seus textos pra ver o quanto ele é apocalíptico e dono da verdade. Não esperava mesmo grande coisa vindo dele.

Don Diego disse...

"Be My Guest", vc poderia ter aproveitado seu comentário para ponderar comigo sobre o tema, em vez de ficar mais da metade dele me atacando e dizendo q eu não conheço o assunto ou não "me dei ao luxo de pesquisar". Vc é quem aparentemente não entende do que escreve.

TODOS os veículos q eu leio escreveram textualmente que o referido livro ensina a falar errado.

Quer exemplos?

http://colunistas.ig.com.br/poderonline/2011/05/12/livro-usado-pelo-mec-ensina-aluno-a-falar-errado/

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2011/05/12/livro-adotado-pelo-mec-defende-falar-errado.jhtm

http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2011/05/12/internas_educacao,227237/livro-adotado-pelo-mec-defende-falar-errado.shtml

http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/veja-trechos-do-livro-adotado-pelo-mec-que-defende-falar-errado-20110519.html

http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/05/livro-adotado-pelo-mec-defende-falar-errado.html

Talvez vc precise pesquisar mais antes de escrever atacando pessoas com acusações de ignorância.

Uma Cara Comum disse...

Disseste tudo... Como podem, em nome de algo que deveria ser bom, fazer tamanha maldade??? indignação mode on!!!!

Gastão disse...

Diego, assim como vc comentou que quando se tenta argumentar com as pessoas que se valem de argumentos bíblicos usando outras citações também bíblicas, as pessoas fazem de conta que não ouviram (ou ainda, podem dizer que consultamos uma versão não-aprovada pela Santa Sé), igualmente interessante é ver o povo nos comentários (em portais de notícias sobre o cara) dizendo que "Bolsonaro sim é homem", "espero que ele seja o próximo presidente do país", por causa das opiniões dele sobre os homossexuais, e nesses comentários esses fervorosos admiradores de Bolsonaro convenientemente deixam de lado as declarações racistas e misóginas desse mesmo senhor.